A compulsão pelo uso de drogas é uma grave enfermidade física e psicológica. Os drogados que não tem acentuada tendência suicida, gostariam de livrar-se do vício.
Mas não conseguem. Agridem a família, levam tudo de dentro de casa, esmolam e roubam na rua. Crianças e adolescentes vendem o que as mãos alcançam pelo preço de uma dose.
O organismo exige, a mente obedece, a droga escraviza. Com a auto-estima zerada, o drogado perde a noção do valor do dinheiro, desprezando o que é vital para a sobrevivência.
Tornando-se um zumbi, age como um retardado. Deve ser visto como um pobre diabo se autodestruindo, acelerando a sua ida para o túmulo da pior forma possível.
Mandar para a cadeia o usuário de drogas é tão inútil quanto proibir a droga de fazer efeito. Mais que inútil, é nocivo e agrava os problemas de todos os tipos pela drogas causados.
A prisão, junto com criminosos comuns, já tirou alguém do vício e o tornou um cidadão produtivo e sociável? Hipocrisia pensar que encarcerar um jovem viciado o tire de sua desgraçada condição.
Tomamos conhecimento da interessante atitude de Portugal, que desde 2001 descriminalizou o porte de drogas para uso pessoal, da maconha à heroína. Há desacertos em alguns países, como Holanda e Suíça e, como exemplo para nós, a experiência da Argentina, que descriminalizou a maconha.
Em Portugal, as mortes por overdose diminuíram e aumentou o número de pessoas que procura espontaneamente o Instituto da Droga e da Toxicodependência em busca de ajuda.
A conclusão é que os milhões gastos para manter presos usuários de drogas, darão resultados quando investidos no tratamento desse tipo de doentes. Fica claro o desperdício de dinheiro público com estes confinamentos sem efeito.
O tratamento deve ser severo, pois os existentes apenas mantêm o “nóia” longe da droga por um período entre seis e doze meses. Após este tempo, com a resistência física recuperada, a recaída é quase inevitável.
A proposta é que o que for pego com pequenas quantidades de drogas para uso próprio, será obrigado a ir para direto para um tratamento radical, com psiquiatra e remédios.
Evidente que a melhor forma de combater as drogas é a prevenção. E isso só ocorre quando informações são repassadas a crianças e adolescentes, instigando-as a conversar, discutir os males que causam e propondo evitar a experimentá-las.
A responsabilidade ao combate às drogas é do Estado, logo os danos causados pela ineficácia dos métodos adotados também é de sua responsabilidade.
Por isso as autoridades precisam tornar urgente esta questão. A sociedade está pagando altíssimo preço enquanto não for adotada uma forma de enfrentamento tão agressivo quanto à ação da droga.
Ao assumirem a discussão aberta, sem preconceitos, autoridades, pais e educadores poderão evoluir para uma solução. Talvez o Brasil já esteja pronto para avançar e tentar uma fórmula de preservar as gerações futuras. PEDRO CAMPOS
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