sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ganância, ignorância, má fé.


O planeta não é uma massa de pão que damos a ele a forma que quisermos. Há regras, como em tudo, a serem respeitadas. A natureza não é cruel, não se vinga, ela apenas vai se acomodando.
Esta afirmação está demonstrada com as catástrofes que abateram a nossa cidade, região e todo o país. Enchentes, desabamentos, quedas de barreiras, deslizamentos de encostas. Tudo seguido por mortes e tristeza. 
Estradas mal projetadas, rios e córregos desviados, pontes mal feitas, nascentes bloqueadas, barreiras,  cachoeiras artificiais e habitações em locais inadequados.
Não é mais concebível tantas áreas bem localizadas ficarem “estocadas” para especulações imobiliárias, enquanto a população se concentra em locais de risco.
Da mesma forma não se concebe que pessoas possam invadir paraísos em áreas de proteção ambiental e construírem suas mansões para temporadas.
Para os humanistas e ecologistas, é criminoso. Além do que, fica muito caro no final, o que não pode interessar aos governos, queiram ou não os empreendedores sem coração.
O Estatuto das Cidades, uma das melhores leis do governo Lula, dá as diretrizes para a racional ocupação do chão, que é de todos.
Os mais variados tipos de impactos são previstos e as formas de como evitá-los são descritas. Só erram os que querem.
Todo este sofrimento exibido à exaustão na mídia poderia ser evitado se a qualidade de vida com segurança dos cidadãos fosse prioridade para os governantes.
A quem devemos culpar? Ou melhor perguntando, a que se deve tanta desgraça? À natureza. Das pessoas.
Ganância do que vende, ignorância do que compra, má fé do que tem o poder de autorizar a concretização aquilo que pode comprometer o amanhã.
Os atuais administradores estão penando pelos erros do passado. Contudo, precisam ficar atentos pois, como estamos na era da velocidade,  pagarão pelos próprios erros. Esta é a melhor razão para não falharem.
Uma boa dica: Existe o termo “bom senso”, um estado de consciência que ajuda resolver qualquer situação. Quem pode negar que finais desastrosos são evitados quando se usa o bom senso?
Serei mais direto: o que pode, pode e o que não pode, não pode. É simples até demais para quem quer entender.
Recebemos um mundo melhor do que o que estamos entregando. Temos um compromisso, para não dizer um débito, para com as gerações futuras.
Interferir para evitar o pior é a obrigação de todos nós, os ditos formadores de opinião. A imprensa inclusive, porque esperar acontecer para registrar é função dos historiadores.
Não tem cabimento sofrer tanto por causa destas tragédias e esquecer tudo quanto o clima der uma trégua. Qualquer um, você, eu, podemos fazer algo agora. Para não lamentar depois. PEDRO CAMPOS.




Um comentário:

  1. Destes fatores, eu acho que a ganância é o pior de todos, é o que desencadeia todo o resto.

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