domingo, 5 de fevereiro de 2012

O passo decisivo


 
Os que se consideram entendidos explicam que nós evoluímos aos poucos, como o subir de uma escada, sendo um degrau vencido de cada vez até chegarmos ao topo. Aí então, alcançariamos a lucidez, o bom senso, a iluminação, a compreensão de todas as coisas, ou sei lá o quê.
O Eneagrama, uma ciência com mais de quatro mil anos, muito usada pelos antigos e trazida à luz da atualidade pela psicologia moderna, ensina que não é assim. Nossa capacidade funciona como um pêndulo e o melhor exemplo é o nosso humor, ora estamos legais, ora estamos péssimos, basta um acontecimento besta para o pêndulo ir para o lado oposto, já reparou isso?
Estamos supereducados, algo nos irrita e lá vamos de anjo a demônio quase que instantaneamente. Em outras palavras: estamos sempre a um passo da situação oposta. Não é porque um dia descobrimos ou nos ensinaram que é feio explodir na cara dos outros, que nunca mais faremos isso.
Quer dizer, subimos diversos degraus e quando ficamos indignados, descemos correndo a escada para o primeiro degrau? Não parece razoável. O que nos separa da tristeza é o mesmo que nos separa da alegria: uma balançada do pêndulo ou, simplificando, um passo.
Se estivermos vivendo de uma maneira que nos infelicita, por que não nos tocamos? A programação que o sistema, através de seus diversos agentes, atualiza a cada instante em nossas mentes, não nos deixa perceber, não deixa o pêndulo mover-se para o outro lado, que só pode ser o melhor.
Porque se experimentarmos o quanto é prazeroso, não seremos idiotas de voltar para a situação anterior, e então tudo desabará para os controladores das nossas vidas.
Imagine-se sentado numa sala sentindo-se supermal e nem percebe ou, se percebe, não sabe o que é que o deixa assim. De repente, um som, uma luz, o faz mexer-se e todo o desconforto vai embora. O humor que não existia, aparece, a paciência de esperar, volta.
Tudo muda e retorna ao seu lugar. Até as cortinas da sala são notadas, o perfumado vaso de flores, o tranquilo aquário, a janela mostra um céu maravilhoso. E apenas uma posição era a responsável e apenas um gesto resolveu tudo. E assim são todas as coisas, um passo apenas nos separa da alegria de viver.
Mas, e o medo de ser feliz? Muitos, muitos mesmo, têm medo de ser felizes. Atrofiaram por terem ficado a vida toda na mesma posição. Quem vive muitos anos de joelhos, deve sentir dores horríveis ao tentar se levantar. Pra quê? – perguntam. Já estão com os joelhos calejados, a coluna vertebral, o pescoço, todo o corpo já se acostumou com o incômodo.
Além do mais, levantar-se significa ter de ver tudo por outro ângulo. Significa ter de se livrar de muito lixo acumulado, ter de jogar fora muitas porcarias tidas como joias, ter de desdizer tanta coisa que jurou acreditar. Significa libertar-se de tudo aquilo que passou a vida se amarrando, rir daquilo que sempre levou a sério. É demais!
E, se por um remoto acaso, resolvêssemos tomar nosso destino para nossa inteira e total responsabilidade, como explicaríamos essa nova atitude a todos que nos cercam? Não seríamos mais normais, seria como andar com as próprias pernas, correr, saltar, dançar, num mundo onde todos estão de muletas - os normais.
Porém, se você realmente se tocou de que chegou a hora de dar uma bosta, isto é, um basta em tudo isso, é porque está pronto para dar o passo, de mudar o pêndulo de lado, de aproveitar do seu próprio jeito o que lhe resta de vida.
Uma das ferramentas que vai ajudar a você encontrar uma saída é o Eneagrama. Saiba mais sobre ele, não se arrependerá. PEDRO CAMPOS.

Obs: Enea é "nove" e grama é "traço" em grego, por isso o Eneagrama é representado por uma estrela de nove traços, ou pontas. Sou especializado e facilitador sobre o assunto.

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